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QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO DE 2024
06 de FEVEREIRO de 2019 | Fonte: G1

Mercado prevê juro em 6,5% no 1º Copom do governo Bolsonaro

Essa deverá ser a última reunião do presidente do BC Ilan Goldfajn, que deixará o cargo após o indicado pelo novo governo, Roberto Campos Neto, ser sabatinado e ter seu nome aprovado pelo Senado. Mercado financeiro já não prevê mais aumento de juros neste ano.

Na primeira reunião do governo Bolsonaro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter, nesta quarta-feira (6), os juros básicos da economia estáveis em 6,5% ao ano. Essa é a expectativa do mercado financeiro.

 

Se a previsão do mercado se confirmar, esta será a sétima manutenção seguida da taxa, que está no menor nível desde 1986 - quando começa a série histórica do Banco Central. A decisão do Copom será anunciada após as 18h.

 

Essa deverá ser a última reunião do Copom comandada pelo atual presidente da instituição, Ilan Goldfajn, levado ao cargo pelo ex-presidente Michel Temer.

 

Ele deixará o comando do BC após a sabatina, e aprovação pelo Senado (se ocorrer), do nome de Roberto Campos Neto, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para chefiar a instituição.

 

"Goldfajn entregará o bastão em meio a expectativas de inflação bem estabilizadas, facilitando as condições financeiras, e os mercados começam a atribuir alguma probabilidade a cortes residuais este ano (..) Em nossa opinião, um presidente de saída tem pouco incentivo para mudar a postura da política monetária em um movimento surpreendente", avaliou recentemente o Santander, em comunicado.


Como a decisão é tomada

A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2019, a meta central de inflação é de 4,25% e, para 2020, de 4%.

 

Com intervalo de tolerância, a inflação pode ficar entre 2,75% a 5,75% neste ano sem que a meta seja descumprida e, entre 2,5% e 5,5% no ano que vem.

 

Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC pode reduzir os juros; quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic tende a ser elevada.

 

Após somar 2,95% em 2017 e ficar abaixo do piso de 3% do sistema de metas, a inflação acelerou um pouco no ano passado, para 3,75%. Ainda assim, ficou bem abaixo da meta central de 4,5% fixada pelo governo para 2018.

 

Nas últimas semanas, o mercado financeiro vem reduzindo sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Mercado (IPCA) de 2019. Na semana passada, a previsão ficou em 3,94%, pela primeira vez abaixo de 4% - abaixo também da meta central de 4,25%.

 

Com isso, o mercado financeiro também deixou de prever aumento da taxa básica de juros, a Selic, neste ano. Até então, o mercado acreditava que o juro poderia subir para 7% ao ano no fim de 2019, mas agora já vê manutenção da Selic no atual patamar de 6,5% ao ano no restante deste ano.

 

Juros bancários elevados

Embora os juros básicos estejam no menor patamar da série histórica do Banco Central, as taxas cobradas pelas instituições financeiras ainda seguem em patamares elevados.

 

Reduzir os juros bancários é um dos desafios apontados por economistas para o próximo governo.

 

Dados oficiais mostram que, em dezembro, os juros bancários médios nas operações com pessoas físicas somaram para 48,9% ao ano. Em algumas modalidades, como no cheque especial e no cartão de crédito rotativo, os juros ficaram ao redor de 300% ao ano.

 

As altas taxas de juros, atualmente cobradas pelos bancos, inibem o consumo e também os investimentos na economia brasileira, avaliam analistas.

 

Dados do BC mostram que os quatro maiores conglomerados bancários do país detinham, no fim de 2017, 78% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país.


Rendimento da poupança

Se confirmada a nova manutenção dos juros nesta quarta-feira, o rendimento da poupança também deverá permanecer o mesmo.

 

Pela regra atual, em vigor desde 2012, os rendimentos da poupança estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.

 

Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.

 

Se o juro básico da economia continuar em 6,50% ao ano, a correção da poupança permanecerá sendo de 70% desse valor - o equivalente a 4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.

 

Segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a poupança continuará sendo uma "excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano".

 

Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite a pessoas físicas comprar títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído o interesse de aplicadores nos últimos anos.



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